A casa caiu para André Fufuca (PP-MA). Depois de desafiar publicamente o comando nacional do Progressistas e declarar fidelidade ao presidente Lula, o ministro do Esporte foi oficialmente afastado da vice-presidência nacional do partido e perdeu o controle do diretório estadual do PP no Maranhão.
A decisão foi assinada por Ciro Nogueira, presidente nacional da legenda, que também determinou intervenção direta no PP maranhense, tirando o comando das mãos de Fufuca — um gesto político pesado que escancara o racha interno.
O estopim da crise veio após o ministro ignorar o ultimato do partido para deixar o governo Lula. O prazo acabou no domingo (5), mas Fufuca, em vez de entregar o cargo, foi visto em Imperatriz, ao lado do presidente, reafirmando sua lealdade ao petista.
“Em 2022, eu errei, mas em 2026 estarei com Lula de corpo e alma”, disse o ministro — uma fala que soou como afronta direta a Ciro Nogueira e ao bloco oposicionista.
O PP, que rompeu oficialmente com o governo federal no início de setembro, classificou a atitude de Fufuca como “desobediência à Executiva Nacional”. Na nota oficial, Ciro foi direto:
“O Progressistas não faz e não fará parte do atual governo, com o qual não nutre qualquer identificação ideológica ou programática.”
Nos bastidores, a decisão é vista como um divisor de águas. Fufuca, que até pouco tempo era considerado o nome mais promissor do PP no Maranhão, agora se vê isolado dentro da legenda — e sem o diretório que sempre controlou com mão firme.
Lula, por sua vez, não escondeu o descontentamento com a ofensiva de Ciro. Em entrevista à TV Mirante, o presidente chamou a decisão do PP e do União Brasil de “bobagem”, e fez questão de elogiar Fufuca e Celso Sabino (Turismo), outro ministro na mesma situação.
Com isso, o xadrez político muda de novo: Fufuca pode até continuar ministro, mas politicamente virou uma peça fora do tabuleiro do Progressistas. O partido segue para a oposição, enquanto o ministro, agora sem base partidária sólida, tenta se equilibrar entre o poder e o isolamento.
A pergunta que fica: até quando Fufuca sobrevive sem o PP — e se o Planalto ainda terá espaço para bancar um ministro que virou símbolo do rompimento entre Lula e o Centrão.
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