A construtora Engefort, um dos alvos da Operação Pavimentum deflagrada nesta quarta-feira (7) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), já vinha sendo citada em apurações de órgãos de controle por envolvimento em esquemas de fraude licitatória em larga escala.
Segundo relatório técnico do Tribunal de Contas da União (TCU), a empreiteira maranhense é apontada como a principal beneficiária de um suposto cartel do asfalto que teria drenado mais de R$1 bilhão dos cofres públicos por meio de licitações fraudadas promovidas pela Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).
O documento, baseado em uma investigação interna motivada por reportagens da Folha de S. Paulo, identificou que um grupo de empresas operava em conluio em Brasília e nas superintendências regionais da Codevasf, comprometendo a integridade da estatal federal. A Engefort, segundo o relatório, lidera o grupo ao vencer editais com fortes indícios de fraude, somando mais de R$ 892,8 milhões em contratos.
O levantamento afirma que a construtora Engefort foi a principal beneficiada do suposto esquema, vencendo editais com indícios de fraude que somam R$ 892,8 milhões. Como revelou a Folha, a empreiteira maranhense dominou as licitações da estatal em 2021 e em parte delas usou a empresa de fachada Del, o que foi confirmado pelos técnicos do tribunal. Um dos artifícios usados pela empreiteira para vencer licitações seria a utilização de empresas de fachada, como a DEL, confirmada como “laranja” pelo próprio corpo técnico do TCU.
Em Imperatriz, alvo da Operação Pavimentum, o Ministério Público do Maranhão aponta que a mesma Engefort fraudou licitações junto à Secretaria Municipal de Infraestrutura. Os contratos investigados ultrapassam R$ 85 milhões, com indícios de execução irregular, superfaturamento e formação de cartel. A sede da construtora está localizada no Condomínio Empresarial de Imperatriz.
A repetição do nome da empresa em escândalos distintos, em diferentes esferas administrativas, chama atenção para a possível ramificação nacional do esquema e a conivência de gestores públicos com práticas criminosas.
As apurações seguem em andamento e podem levar ao oferecimento de denúncia criminal contra os envolvidos.
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