Mais um capítulo da velha novela política de Barra do Corda se desenrola, e o protagonista é, novamente, o prefeito Rigo Teles. O enredo? A crescente insatisfação dentro da própria base aliada, escancarada pela recente determinação de que, a partir de agora, qualquer reunião com o gestor deve ser marcada com antecedência.
O recado é claro: Rigo não quer ser incomodado nem pelos próprios vereadores que o sustentam politicamente. E se ele já dificulta o acesso dos parlamentares – que, em tese, representam a voz do povo –, imagina o que acontece com a população em geral.
A situação reforça a principal marca dessa gestão: muita mídia e pouca governança de fato. O que se vê é um trabalho bem orquestrado de assessoria para construir uma imagem positiva do prefeito, enquanto as ações municipais, quando ocorrem, são pontuais e frequentemente atreladas a iniciativas do governo estadual.
Mas o verdadeiro projeto de Rigo Teles parece ir muito além da prefeitura. Com seis mandatos como deputado estadual e dois como prefeito, ele já garantiu espaço para a esposa, Abigail Cunha, na Assembleia Legislativa, e agora mira mais alto. O plano? Uma dobradinha eleitoral que deve levar Abigail à reeleição e, ao mesmo tempo, preparar sua sobrinha/filha Nakyoane Vieira – popularmente chamada de “Tia Nay” – para disputar uma vaga de deputada federal.
O protagonismo de Nakyoane na gestão municipal não é coincidência. Frequentemente vista em ações da prefeitura e em campanhas institucionais, seu nome tem sido cuidadosamente trabalhado para um futuro político promissor, consolidando o projeto de perpetuação do clã Teles no poder.
O plano está traçado. Se vai dar certo ou não, depende do eleitor. Mas uma coisa é certa: em Barra do Corda, o poder não se perde – se transfere.
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