A Polícia Federal aponta a desembargadora Nelma Sarney como peça-chave de um esquema de corrupção no Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) , com participação direta do ex-deputado federal Edilázio Júnior , seu gênero. O inquérito, encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) , detalha um jogo de interesses nos bastidores do Judiciário , onde processos milionários foram manipulados para beneficiar um grupo selecionado de advogados e magistrados.
Mensagens extraídas do celular de Nelma mostram interferência direta de Edilázio em suas decisões. Em uma delas, o deputado ordenou que ela concedesse efeito suspensivo parcial em um caso do Banco do Nordeste , impedindo qualquer saque até o julgamento do agravo. Poucos minutos depois, a magistrada repassou a ordem para o seu avaliador , que redigiu a decisão nos mesmos termos. Francisco Xavier , advogado beneficiado com decisões milionárias, também aparece nas conversas. Parentes seus permaneceram recorridos a Edilázio para que ele intercedesse junto à desembargadora .
Uma investigação revela que, em 2015, Nelma fez sua posição como corregedora do TJMA para redirecionar um processo de R$ 14 milhões , alterando juízes até que a ação caiu nas mãos de Alice de Sousa Rocha , também investigada, que assinou o alvará fraudulento. Mais tarde, já como desembargadora, Nelma garantiu honorários milionários ao mesmo grupo de advogados , votando ao lado de Antônio Pacheco Guerreiro Júnior e Luiz Gonzaga Almeida Filho em uma decisão proposta ao parecer do Ministério Público.
As suspeitas não param por aí. A PF compromete-se com depósitos sem origem que somam R$ 412 mil em suas contas, além de gastos incompatíveis com sua renda declarada . O relatório destaca que os processos do Banco do Nordeste eram pautas frequentes entre Nelma e Edilázio , reforçando o tráfico de influência dentro do TJMA .
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