Na última quinta-feira (6), o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, comemorou nas redes sociais uma vitória judicial relacionada aos créditos suplementares. O desembargador Marcelo de Carvalho concedeu uma liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade, reestabelecendo o valor originário de 25% para a aplicação de recursos suplementares no orçamento municipal.
Em seu vídeo, Braide exclamou: “Isso quer dizer que está garantida a construção do novo Socorrão II, das clínicas da Família, das creches de Tempo Integral, de novas escolas, do elevado da Forquilha, do Mercado Central, ou seja, todas as obras, além dos serviços essenciais do município”.
Embora tenha razão na questão dos créditos suplementares, Braide distorce o discurso ao associar a vitória judicial diretamente a projetos e obras já planejados, como as citadas na sua fala. O crédito suplementar, na prática, destina-se a ajustes e correções de rota durante a execução orçamentária, como explicou o prefeito em seu primeiro vídeo sobre o assunto. Esses recursos são necessários para cobrir imprevistos, ou seja, situações inesperadas que surgem ao longo do ano, como danos em infraestrutura que exigem remanejamento de verba.
No entanto, obras como a construção do novo Socorrão II e das creches de tempo integral, mencionadas por Braide, não são despesas imprevistas. Elas foram anunciadas anteriormente e devem já estar previstas na programação orçamentária do município para 2025. Portanto, afirmar que a vitória sobre os créditos suplementares garante a realização dessas obras é um exagero, um discurso político que tenta ganhar apoio popular ao criar a falsa ideia de que somente com essa vitória será possível avançar nesses projetos.
Os créditos suplementares são importantes para ajustar o orçamento às necessidades do momento, mas não têm relação direta com o andamento das obras previamente anunciadas. A distorção de Braide sobre esse ponto pode gerar confusão entre a população, dando a impressão de que o prefeito só terá condições de cumprir com suas promessas graças a esse reajuste, quando, na realidade, essas obras já eram parte do planejamento desde o início de sua gestão.
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