O cerco se fecha. O Tribunal de Contas do Estado (TCE-MA) deu início, nesta segunda-feira (5), a uma auditoria robusta e sem rodeios na Câmara Municipal de São Luís, mirando diretamente a gestão do presidente Paulo Victor (PSB). O motivo? Denúncias graves envolvendo a gestão de pessoal, folha de pagamento e obrigações previdenciárias da Casa.
A investigação se desdobra em duas frentes: uma para verificar se os atos administrativos seguem a legislação; a outra, ainda mais explosiva, para analisar o passivo previdenciário com o IPAM — Instituto de Previdência e Assistência do Município — e aferir se os repasses obrigatórios estão em dia, além de medir o tamanho do rombo, se existir.
Os auditores, liderados por Pedro Cantanhede Dias e acompanhados por Francisco Moreno Dutra e Gilson Robert Araújo, estão autorizados a vasculhar documentos e sistemas, tanto na sede da Câmara quanto no próprio IPAM. O prazo vai até 30 de maio. E não se trata de uma visita protocolar: é fiscalização de verdade, com tinta forte e lupa grossa.
Mas como já era esperado, quem tem culpa tenta correr do flagrante. Paulo Victor, em manobra clássica de quem quer esticar o jogo, entrou com embargos de declaração no TCE, alegando supostas falhas processuais e ausência de manifestação do Ministério Público de Contas. A cartada, no entanto, foi lida nos bastidores como puro jogo de cena para tentar atrasar a verdade — uma estratégia manjada de quem sente o chão tremer.
Como resposta paralela — e para inglês ver — a Câmara ainda anunciou uma “auditoria interna”, na tentativa de parecer colaborativa. Mas convenhamos: quem acredita que os próprios auditam a si mesmos com imparcialidade quando o telhado é de vidro? A manobra interna, segundo especialistas, não convence ninguém e é vista como tentativa de conter os danos públicos e controlar a narrativa.
Em mais uma demonstração de falta de transparência, a direção de comunicação da Câmara sequer confirmou oficialmente a auditoria quando questionada pelo Folha do Maranhão. O silêncio, nesse caso, fala muito.
A gestão de Paulo Victor, que já vinha colecionando críticas por suas movimentações políticas e por uma condução tida como personalista e sem compromisso com a transparência, agora está formalmente sob escrutínio técnico de um dos principais órgãos de controle do estado.
E ao que tudo indica, essa novela ainda está só começando.
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